Saúde mental dos portugueses agravou-se e MDS e Encontrar+SE querem combater o problema

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Saúde Mental. Em 2010, Portugal era o segundo país da União Europeia com maior taxa de prevalência de doença mental, uma posição que não deverá ter registado grandes alterações, dada a alegada redução do investimento nesta área.

Fleed

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O Estudo Epidemiológico em Saúde Mental de 2010, conduzido pela FCM-UNL, concluiu que Portugal era o segundo país da União Europeia com maior taxa de prevalência de doença mental. Passado sete anos, esta posição que não deverá ter registado grandes alterações.

O Fleed procurou conhecer melhor esta realidade em Portugal, numa entrevista a Paula Rios, administradora da MDS, e Filipa Palha, presidente da ENCONTRAR+SE – Associação para a Promoção da Saúde Mental.

No âmbito da sua política de responsabilidade corporativa, a multinacional portuguesa, especialista em corretagem de seguros e consultoria de riscos, está a trabalhar com a associação para alertar da necessidade das empresas prosseguirem politicas ativas de promoção do bem-estar dos colaboradores.

Nos 27 países da União Europeia o custo anual da depressão associada ao trabalho situa-se nos 620 mil milhões de euros, quando a prevenção poderia contribuir para uma redução drástica desta perda.

 

A reduzida atenção dada à saúde mental é um problema em Portugal?

Filipa Palha: A elevada prevalência da doença mental na população, bem como o peso que representa a nível pessoal, familiar, social e económico torna a doença mental um problema relevante em todo o mundo e Portugal não é uma exceção. Mas o verdadeiro problema são os anos de atraso na implementação de políticas de saúde mental adequadas, impedindo que as pessoas tenham acesso aos cuidados de que precisam. Isto apesar de temos os meios e o conhecimento para o fazer, e exemplos de como é possível recuperar de um problema de saúde mental se o potencial de recuperação for aproveitado atempadamente.

 

Como se justifica tão elevada taxa de prevalência?

Filipa Palha: O adoecer mental / psiquiátrico resulta de uma complexa interação de diferentes fatores. Para além das causas orgânicas não podemos esquecer fatores psicológicos e sociais que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Sabe-se, por exemplo, que durante períodos de crise económica como a que vivemos em Portugal, aumenta a prevalência de problemas de saúde mental e mortalidade por suicídio.

Neste contexto socioeconómico, o financiamento dos cuidados de saúde mental diminuiu, o que impediu a implementação do Plano Nacional de Saúde Mental previsto acontecer entre 2007-2016. Desta forma, as graves lacunas existentes nesta área agravaram-se e, com isso, também a saúde mental dos Portugueses.

 

Qual o impacto económico e social da doença para o País e para as empresas?

Filipa Palha: O custo anual da doença mental na Europa é de cerca de 240 mil milhões de euros (EU-OSHA, 2014), sendo que nos 27 países da União Europeia o custo anual da depressão associada ao trabalho se situa nos 620 mil milhões de euros (Matrix, 2013).

O peso da doença mental no local de trabalho assume diferentes dimensões, estando associada ao absentismo, à rotatividade dos colaboradores, à baixa produtividade, ao presenteísmo (redução na produtividade sempre que os empregadores não estão totalmente envolvidos, ou têm desempenho reduzido, em resultado de um problema da saúde.).

O estigma e a discriminação da doença mental levam ao silêncio que permanece em torno desta questão e representam os maiores obstáculos à procura de ajuda e recuperação.

Já sem falar no sofrimento individual e das famílias que passam a ter a responsabilidade de cuidar dos seus familiares doentes.

 

O que devem fazer as empresas para ajudar os seus colaboradores e para prevenir situações potenciais?

Filipa Palha: Acima de tudo é urgente quebrar o silêncio, falar abertamente desta importante área da saúde. É preciso ajudar as pessoas a lidar com as doenças mentais como lidam com as doenças físicas. Sem vergonha, sem culpa, sem medo de serem consideradas fracas. É preciso ultrapassar o estigma associado à doença mental, maior obstáculo à procura de ajuda e tratamento. É preciso acabar com a discriminação.

Uma vez que o estigma está enraizado em nós, é preciso intervir em todos os contextos da sociedade. Considerando que grande parte da nossa vida adulta é passada no local de trabalho, é imprescindível que este seja gerador de bem-estar e promotor da saúde mental dos trabalhadores.

Paula Rios: Nas empresas, como na sociedade em geral, é desde logo essencial “desmistificar” a doença mental e encará-la como aquilo que na realidade é – uma doença como tantas outras. Quem sofre de doença mental não tem de ter vergonha, como não tem vergonha quem sofre de cancro ou de uma doença cardíaca. É um doente que, como os outros, tem de se tratar, procurando as terapias adequadas ao seu caso. Depois, devemos criar ambientes que promovam o bem-estar dos colaboradores. Na MDS, por exemplo, queremos garantir que todas as pessoas que aqui trabalham percecionam e vivenciam o seu local de trabalho como uma local agradável e que lhes permita desenvolver e aplicar ao máximo o seu potencial e capacidades.

 

Que ações desenvolvem na MDS para fomentar o bem-estar mental dos colaboradores?

Paula Rios: Não nos parece suficiente falar em “felicidade corporativa”, pelo contrário, parece-nos uma abordagem demasiado simplista! Queremos chegar aos colaboradores que não só não estão “felizes” mas estão mesmo a enfrentar uma depressão, a ter ataques de pânico, ou um outro tipo de sofrimento psicológico / doença psiquiátrica. Não deveremos ter receio em falar sobre a doença mental.

A solução não é colocar uma cadeira para massagens no escritório, nem tão pouco, ignorá-los, evitá-los ou em último caso, livrarmo-nos deles. Temos de aprender a ajudá-los, e para tal temos de tomar medidas práticas, concretas.

Inspirados pelos valores MDS (Collaborative, Professionalism, Clients Oriented & Creative) lançámos o Projecto Positive MinDS com o objetivo máximo de desenvolver uma atitude positiva, entre outros aspetos, no que concerne à abordagem perante a doença mental.

Nesse sentido, promovemos um conjunto de princípios. Primeiro, na MDS não há qualquer problema em assumir que se tem uma doença mental. Queremos falar da doença mental com a mesma naturalidade com que falamos da doença física. Sem tabus, sem estigmatizar e, sobretudo, sem excluir.

Segundo, desenvolvemos a literacia. Os nossos líderes são capazes de reconhecer os primeiros sintomas de doença mental, em si ou nas suas equipas e são os primeiros a prestar apoio à pessoa em questão, sabendo que a doença mental não é contagiosa e tem tratamento e que quanto mais cedo se aceder ao tratamento, mais eficaz será o mesmo.

Terceiro, a medicação para a doença mental não é perturbadora da funcionalidade da pessoa. Na MDS as pessoas não precisam de esconder os ‘’remédios’’ com medo de discriminação.

Quarto, promovemos a responsabilização individual. Cada pessoa é responsável pela sua saúde, incluindo a saúde mental. Estar alerta e atuar de imediato é a sua primeira responsabilidade.

Pretendemos construir e desenvolver competências individuais (e.g. resiliência, empatia, estratégias para lidar com as situações que surgem, rede de suporte…):‘’Não é o que o lhe acontece que mais importa, mas sim o modo como lida com o que lhe acontece’’.

Temos a vantagem de ter o envolvimento da gestão de topo e lideranças nesta política de bem-estar e promoção de saúde ocupacional e estamos agora a trabalhar para envolver todos os colaboradores.

 

O que levou a MDS a fazer uma parceria com a ENCONTRAR+SE ?

Paula Rios: Na MDS queríamos que o nosso projeto de Responsabilidade Social fosse muito mais do que apenas um contributo económico - sempre importante é certo, - mas queríamos participar ativamente, aprender sobre a entidade com quem íamos colaborar e a sua missão. Por isso, tínhamos que acreditar realmente na causa que abraçássemos. A determinada altura, equacionámos várias hipóteses, mas quando conhecemos a ENCONTRAR+SE e o seu projeto, não hesitámos. Sentimos que tinha muito a ver connosco, com a nossa forma de ser e de atuar. Temos aprendido muito com a Dra. Filipa Palha e a sua equipa, e hoje fazemos também um pouco nossa a missão de combater os preconceitos ligados à doença mental, de esclarecer as formas de combate a estas doenças e de divulgar o mais possível este trabalho tão meritório que a ENCONTRAR+SE realiza, por forma a que, mais entidades conheçam e possam contribuir para que este projeto avance e mais e mais doentes possam ser ajudados.

 

 

 

Como tem sido esta colaboração da ENCONTRAR+SE com MDS? É uma parceria que gostavam de desenvolver e replicar?

Filipa Palha: No contexto do trabalho iniciado pela ENCONTRAR+SE há 11 anos (faz hoje!), em particular do “Movimento UPA - Unidos Para Ajudar. Levanta-te contra o estigma e a discriminação da doença mental”, no âmbito do qual têm vindo a ser implementadas diferentes iniciativas de promoção da literacia em saúde mental e combate ao estigma, de âmbito nacional e dirigidas a diferentes contextos / públicos-alvo específicos, nos últimos dois anos a ENCONTRAR+SE começou a trabalhar de forma mais sistemática as questões associadas à doença mental no contexto laboral.

Este ano, em que a World Federation for Mental Health definiu como tema “Saúde Mental no Contexto Laboral” para o Dia Mundial da Saúde Mental 2017, desenvolvemos um programa integrado para trabalhar estas questões no contexto laboral. A parceria com a MDS, pioneira nesta área, tem sido muito importante pois estamos a dar os primeiros passos num contexto onde sentimos um enorme entusiamo e abertura. 

 

Como vão assinalar este Dia Mundial da Saúde Mental?

Paula Rios: Vamos ter uma comunicação interna assinalando a efeméride e o nosso compromisso com o bem-estar das nossas pessoas através do projeto “Positive MinDS”, que referi. Com essa comunicação vamos partilhar um vídeo realizado inteiramente pela nossa equipa de Recursos Humanos, com quem temos vindo a desenvolver todas estas ações, que chama a atenção dos nossos colaboradores - de uma forma que considero até comovente – para os colegas que estão mais tristes ou com dificuldades, sob a forma de um diálogo imaginado mas silencioso entre os que estão doentes, por exemplo com uma depressão, e por isso tristes, sem ânimo, saindo frequentemente para ir às consultas ou tratamentos, e os que se encontram bem mas não entendem o que se passa. É habitual dizer-se que “uma imagem vale mais do que mil palavras” e neste caso creio que será uma mensagem muito forte.

Também iremos prosseguir com outras iniciativas, nomeadamente com ações de primeiros socorros na doença mental, com a colaboração da ENCONTRAR+SE, e outras de sensibilização, quer interna quer externa que consideramos muito importantes.

 

Sobre a MDS

A MDS é um grupo multinacional que atua na área da corretagem de seguro e resseguro e consultoria de risco. É líder de mercado em Portugal, top 4 no Brasil e está presente também em Angola e Espanha. Através da Brokerslink, uma das maiores organizações globais de corretagem e serviços de consultoria de risco fundada pela MDS em 2004 e sedeada em Zurique, está presente em mais de 100 países, com cerca de 400 escritórios e totalizando cerca de 10.000 profissionais da área dos seguros. É também acionista e parceiro de referência da ED (ex-Cooper Gay Swett & Crawford), corretor independente no mercado ressegurador londrino.

 

Sobre a ENCONTRAR+SE

A ENCONTRAR+SE – Associação Para a Promoção da Saúde Mental, fundada a 10 de Outubro de 2006, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos e de reconhecida utilidade pública no âmbito da saúde. Ao longo de 11 anos de trabalho, a ENCONTRAR+SE concretizou de forma abrangente o objeto da Associação, que “consiste no apoio, formação, intervenção, avaliação e investigação no domínio da saúde mental e da reabilitação psicossocial das pessoas com perturbação mental” (Artigo 3º Estatutos), o que lhe mereceu ser reconhecida como entidade de Elevado Potencial de Empreendedorismo Social (Selo IES e MIES) e como “Parceira do Plano Nacional de Saúde” (DGS), entre outros.

 

 

 

O Estudo Epidemiológico em Saúde Mental de 2010, conduzido pela FCM-UNL, concluiu que Portugal era o segundo país da União Europeia com maior taxa de prevalência de doença mental. Passado sete anos, esta posição que não deverá ter registado grandes alterações.

O Fleed procurou conhecer melhor esta realidade em Portugal, numa entrevista a Paula Rios, administradora da MDS, e Filipa Palha, presidente da ENCONTRAR+SE – Associação para a Promoção da Saúde Mental.

No âmbito da sua política de responsabilidade corporativa, a multinacional portuguesa, especialista em corretagem de seguros e consultoria de riscos, está a trabalhar com a associação para alertar da necessidade das empresas prosseguirem politicas ativas de promoção do bem-estar dos colaboradores.

Nos 27 países da União Europeia o custo anual da depressão associada ao trabalho situa-se nos 620 mil milhões de euros, quando a prevenção poderia contribuir para uma redução drástica desta perda.

 

A reduzida atenção dada à saúde mental é um problema em Portugal?

Filipa Palha: A elevada prevalência da doença mental na população, bem como o peso que representa a nível pessoal, familiar, social e económico torna a doença mental um problema relevante em todo o mundo e Portugal não é uma exceção. Mas o verdadeiro problema são os anos de atraso na implementação de políticas de saúde mental adequadas, impedindo que as pessoas tenham acesso aos cuidados de que precisam. Isto apesar de temos os meios e o conhecimento para o fazer, e exemplos de como é possível recuperar de um problema de saúde mental se o potencial de recuperação for aproveitado atempadamente.

 

Como se justifica tão elevada taxa de prevalência?

Filipa Palha: O adoecer mental / psiquiátrico resulta de uma complexa interação de diferentes fatores. Para além das causas orgânicas não podemos esquecer fatores psicológicos e sociais que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Sabe-se, por exemplo, que durante períodos de crise económica como a que vivemos em Portugal, aumenta a prevalência de problemas de saúde mental e mortalidade por suicídio.

Neste contexto socioeconómico, o financiamento dos cuidados de saúde mental diminuiu, o que impediu a implementação do Plano Nacional de Saúde Mental previsto acontecer entre 2007-2016. Desta forma, as graves lacunas existentes nesta área agravaram-se e, com isso, também a saúde mental dos Portugueses.

 

Qual o impacto económico e social da doença para o País e para as empresas?

Filipa Palha: O custo anual da doença mental na Europa é de cerca de 240 mil milhões de euros (EU-OSHA, 2014), sendo que nos 27 países da União Europeia o custo anual da depressão associada ao trabalho se situa nos 620 mil milhões de euros (Matrix, 2013).

O peso da doença mental no local de trabalho assume diferentes dimensões, estando associada ao absentismo, à rotatividade dos colaboradores, à baixa produtividade, ao presenteísmo (redução na produtividade sempre que os empregadores não estão totalmente envolvidos, ou têm desempenho reduzido, em resultado de um problema da saúde.).

O estigma e a discriminação da doença mental levam ao silêncio que permanece em torno desta questão e representam os maiores obstáculos à procura de ajuda e recuperação.

Já sem falar no sofrimento individual e das famílias que passam a ter a responsabilidade de cuidar dos seus familiares doentes.

 

O que devem fazer as empresas para ajudar os seus colaboradores e para prevenir situações potenciais?

Filipa Palha: Acima de tudo é urgente quebrar o silêncio, falar abertamente desta importante área da saúde. É preciso ajudar as pessoas a lidar com as doenças mentais como lidam com as doenças físicas. Sem vergonha, sem culpa, sem medo de serem consideradas fracas. É preciso ultrapassar o estigma associado à doença mental, maior obstáculo à procura de ajuda e tratamento. É preciso acabar com a discriminação.

Uma vez que o estigma está enraizado em nós, é preciso intervir em todos os contextos da sociedade. Considerando que grande parte da nossa vida adulta é passada no local de trabalho, é imprescindível que este seja gerador de bem-estar e promotor da saúde mental dos trabalhadores.

Paula Rios: Nas empresas, como na sociedade em geral, é desde logo essencial “desmistificar” a doença mental e encará-la como aquilo que na realidade é – uma doença como tantas outras. Quem sofre de doença mental não tem de ter vergonha, como não tem vergonha quem sofre de cancro ou de uma doença cardíaca. É um doente que, como os outros, tem de se tratar, procurando as terapias adequadas ao seu caso. Depois, devemos criar ambientes que promovam o bem-estar dos colaboradores. Na MDS, por exemplo, queremos garantir que todas as pessoas que aqui trabalham percecionam e vivenciam o seu local de trabalho como uma local agradável e que lhes permita desenvolver e aplicar ao máximo o seu potencial e capacidades.

 

Que ações desenvolvem na MDS para fomentar o bem-estar mental dos colaboradores?

Paula Rios: Não nos parece suficiente falar em “felicidade corporativa”, pelo contrário, parece-nos uma abordagem demasiado simplista! Queremos chegar aos colaboradores que não só não estão “felizes” mas estão mesmo a enfrentar uma depressão, a ter ataques de pânico, ou um outro tipo de sofrimento psicológico / doença psiquiátrica. Não deveremos ter receio em falar sobre a doença mental.

A solução não é colocar uma cadeira para massagens no escritório, nem tão pouco, ignorá-los, evitá-los ou em último caso, livrarmo-nos deles. Temos de aprender a ajudá-los, e para tal temos de tomar medidas práticas, concretas.

Inspirados pelos valores MDS (Collaborative, Professionalism, Clients Oriented & Creative) lançámos o Projecto Positive MinDS com o objetivo máximo de desenvolver uma atitude positiva, entre outros aspetos, no que concerne à abordagem perante a doença mental.

Nesse sentido, promovemos um conjunto de princípios. Primeiro, na MDS não há qualquer problema em assumir que se tem uma doença mental. Queremos falar da doença mental com a mesma naturalidade com que falamos da doença física. Sem tabus, sem estigmatizar e, sobretudo, sem excluir.

Segundo, desenvolvemos a literacia. Os nossos líderes são capazes de reconhecer os primeiros sintomas de doença mental, em si ou nas suas equipas e são os primeiros a prestar apoio à pessoa em questão, sabendo que a doença mental não é contagiosa e tem tratamento e que quanto mais cedo se aceder ao tratamento, mais eficaz será o mesmo.

Terceiro, a medicação para a doença mental não é perturbadora da funcionalidade da pessoa. Na MDS as pessoas não precisam de esconder os ‘’remédios’’ com medo de discriminação.

Quarto, promovemos a responsabilização individual. Cada pessoa é responsável pela sua saúde, incluindo a saúde mental. Estar alerta e atuar de imediato é a sua primeira responsabilidade.

Pretendemos construir e desenvolver competências individuais (e.g. resiliência, empatia, estratégias para lidar com as situações que surgem, rede de suporte…):‘’Não é o que o lhe acontece que mais importa, mas sim o modo como lida com o que lhe acontece’’.

Temos a vantagem de ter o envolvimento da gestão de topo e lideranças nesta política de bem-estar e promoção de saúde ocupacional e estamos agora a trabalhar para envolver todos os colaboradores.

 

O que levou a MDS a fazer uma parceria com a ENCONTRAR+SE ?

Paula Rios: Na MDS queríamos que o nosso projeto de Responsabilidade Social fosse muito mais do que apenas um contributo económico - sempre importante é certo, - mas queríamos participar ativamente, aprender sobre a entidade com quem íamos colaborar e a sua missão. Por isso, tínhamos que acreditar realmente na causa que abraçássemos. A determinada altura, equacionámos várias hipóteses, mas quando conhecemos a ENCONTRAR+SE e o seu projeto, não hesitámos. Sentimos que tinha muito a ver connosco, com a nossa forma de ser e de atuar. Temos aprendido muito com a Dra. Filipa Palha e a sua equipa, e hoje fazemos também um pouco nossa a missão de combater os preconceitos ligados à doença mental, de esclarecer as formas de combate a estas doenças e de divulgar o mais possível este trabalho tão meritório que a ENCONTRAR+SE realiza, por forma a que, mais entidades conheçam e possam contribuir para que este projeto avance e mais e mais doentes possam ser ajudados.

 

 

 

Como tem sido esta colaboração da ENCONTRAR+SE com MDS? É uma parceria que gostavam de desenvolver e replicar?

Filipa Palha: No contexto do trabalho iniciado pela ENCONTRAR+SE há 11 anos (faz hoje!), em particular do “Movimento UPA - Unidos Para Ajudar. Levanta-te contra o estigma e a discriminação da doença mental”, no âmbito do qual têm vindo a ser implementadas diferentes iniciativas de promoção da literacia em saúde mental e combate ao estigma, de âmbito nacional e dirigidas a diferentes contextos / públicos-alvo específicos, nos últimos dois anos a ENCONTRAR+SE começou a trabalhar de forma mais sistemática as questões associadas à doença mental no contexto laboral.

Este ano, em que a World Federation for Mental Health definiu como tema “Saúde Mental no Contexto Laboral” para o Dia Mundial da Saúde Mental 2017, desenvolvemos um programa integrado para trabalhar estas questões no contexto laboral. A parceria com a MDS, pioneira nesta área, tem sido muito importante pois estamos a dar os primeiros passos num contexto onde sentimos um enorme entusiamo e abertura. 

 

Como vão assinalar este Dia Mundial da Saúde Mental?

Paula Rios: Vamos ter uma comunicação interna assinalando a efeméride e o nosso compromisso com o bem-estar das nossas pessoas através do projeto “Positive MinDS”, que referi. Com essa comunicação vamos partilhar um vídeo realizado inteiramente pela nossa equipa de Recursos Humanos, com quem temos vindo a desenvolver todas estas ações, que chama a atenção dos nossos colaboradores - de uma forma que considero até comovente – para os colegas que estão mais tristes ou com dificuldades, sob a forma de um diálogo imaginado mas silencioso entre os que estão doentes, por exemplo com uma depressão, e por isso tristes, sem ânimo, saindo frequentemente para ir às consultas ou tratamentos, e os que se encontram bem mas não entendem o que se passa. É habitual dizer-se que “uma imagem vale mais do que mil palavras” e neste caso creio que será uma mensagem muito forte.

Também iremos prosseguir com outras iniciativas, nomeadamente com ações de primeiros socorros na doença mental, com a colaboração da ENCONTRAR+SE, e outras de sensibilização, quer interna quer externa que consideramos muito importantes.

 

Sobre a MDS

A MDS é um grupo multinacional que atua na área da corretagem de seguro e resseguro e consultoria de risco. É líder de mercado em Portugal, top 4 no Brasil e está presente também em Angola e Espanha. Através da Brokerslink, uma das maiores organizações globais de corretagem e serviços de consultoria de risco fundada pela MDS em 2004 e sedeada em Zurique, está presente em mais de 100 países, com cerca de 400 escritórios e totalizando cerca de 10.000 profissionais da área dos seguros. É também acionista e parceiro de referência da ED (ex-Cooper Gay Swett & Crawford), corretor independente no mercado ressegurador londrino.

 

Sobre a ENCONTRAR+SE

A ENCONTRAR+SE – Associação Para a Promoção da Saúde Mental, fundada a 10 de Outubro de 2006, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos e de reconhecida utilidade pública no âmbito da saúde. Ao longo de 11 anos de trabalho, a ENCONTRAR+SE concretizou de forma abrangente o objeto da Associação, que “consiste no apoio, formação, intervenção, avaliação e investigação no domínio da saúde mental e da reabilitação psicossocial das pessoas com perturbação mental” (Artigo 3º Estatutos), o que lhe mereceu ser reconhecida como entidade de Elevado Potencial de Empreendedorismo Social (Selo IES e MIES) e como “Parceira do Plano Nacional de Saúde” (DGS), entre outros.

 

 

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