O CNMV, regulador da bolsa espanhola, abiriu uma investigação com o objetivo de apurar a origem da especulação que tem atingido os títulos do Banco Popular, informa o El País. O supervisor não vai impedir a transação das ações, mas vai começar a analisar a propriedade das acções compradas e vendidas.
O filme com as ações do banco espanhol não começou hoje. Desde o inicio do ano que acumula perdas superiores a 74%. Os dedos têm sido apontados a especuladores que têm posições curtas sobre o banco e é sobre essas ações, representativas de cerca de 8,6% da instituição que o regulador espanhol se vai debruçar.
A legislação em Espanha, tal como em Portugal, não proíbe a venda de títulos que não são propriedade do investidor. Tornou-se comum investidores pedirem títulos emprestados que apostam na queda do valor, aproveitando para comprar, ganhar dinheiro e depois devolver de novo os títulos ao proprietário. Naturalmente que quem empresta os títulos não o faz graciosamente, mas em troco de uma remuneração e por isso é tão tentador.
Esta investigação surge num momento em que o principal acionista do banco, com pouco mais de 4%, o grupo mexicano presidido por António del Valle está a fazer o que pode para susbtituir o actual CEO do banco, Angel Ron, a que considera o principal responsável pelo período que a instituição atravessa.
Especula-se que o grupo mexicano que investiu mais de 450 milhões de euros e que neste momento estão muito desvalorizados gostaria de provocar uma fusão de modo a melhorar as perspectivas de recuperação ou em alternativa comprar o banco por valores muito baixos.
O banco atravessa tempos difíceis, pelo que tanto o Governo como os reguladores vêm com bons olhos o reforço dos mexicanos num banco que ainda há pouco tempo teve um aumento de capiral de 2,5 mil milhões de euros e que se estima que os ativos problemáticos ultrapassem os 30 mil milhões de euros. fleed.pt